Apesar de ainda hoje as origens de Óbidos e do seu povoado levantarem, junto dos historiadores, mais dúvidas do que certezas, tendo em conta a ausência de informação coeva, as evidências apontam para que o início do povoamento tenha ocorrido no topo da colina norte, no local que hoje designamos por “Cerca Velha”.
Nesta foto aérea, uma das mais antigas registadas, podemos constatar a importância estratégica do local, onde, no alto da colina escarpada pela Mãe Natureza, terão os muçulmanos, quiçá decalcando outro povoado anterior, edificado uma imponente alcáçova regional, fortemente militarizada com uma série de obras defensivas típicas do período medieval.
Após a (re)conquista de Santarém e de Lisboa, em 1147, a situação geoestratégica das restantes cidades e vilas muçulmanas na Estremadura, isoladas do resto do Al-Andaluz, tornou-se bastante complicada.
Apesar de resistirem ainda por algum tempo, Sintra, Alenquer, Mafra, Torres Vedras e Óbidos, viriam a cair na posse de D. Afonso Henriques, nos meses seguintes, após uma rápida campanha. Integrando, desde então, o jovem reino de Portugal.
Dos tempos da conquista e da reconquista, entre mouros, cristão e judeus, ficaram, aqui e ali, mil e uma palavras na nossa Língua, que utilizamos todos os dias e alguns ténues vestígios em lendas, em tradições e em topónimos como: Mocharro, Alvorninha, Salir, A-dos-Francos, A-dos-Negros, entre outros.

Vista Parcial de Óbidos –
Lado Norte.
“Cliché” da Escola Militar de Aviação. (década de 20/30).
(Arquivo Histórico Municipal de Óbidos)