Durante toda a Idade Média, Óbidos era a única vila da região. O seu termo (os limites) iam desde o sopé da serra do Montejunto até às margens do rio da Tornada. No inicio do séc XVI, nasce, bem perto de Óbidos, uma nova povoação: as Caldas. A nova povoação rapidamente atinge uma dimensão  considerável,  emancipando-se de Óbidos e tornando-se vila no séc. seguinte.

Depois, e graças ao transporte ferroviário, o Bombarral  progride, tornando-se vila já no séc XX.

Teremos de esperar até 2001 para ver uma outra povoação da nossa região a ser elevada a Vila; falamos das Gaeiras.

Mas ninguém melhor do que um gaeirense, que passou pelo complexo processo de elevação a vila, para nos deixar aqui o seu testemunho.

 

“Na tarde do dia 19 de abril de 2001 tive o privilégio de assistir à votação na Assembleia da Republica que elevou Gaeiras a Vila. Nas fotos que acompanham o texto poderemos ver alguns autarcas que me acompanharam e que já partiram, a eles a minha homenagem e neles vejo representados todos os que muito contribuíram para que seja um local onde adoro viver.

Gaeiras sempre conseguiu unir as pessoas para um bem maior. Enquanto autarca de freguesia durante 20 anos assisti a uma esmagadora maioria de votações por unanimidade. Os partidos ficaram sempre à porta, isto independentemente da força política que tinha a maioria, considero essa uma grande riqueza.

Diria que a dinâmica das Gaeiras se pode medir pela Festa em Honra de Nossa Senhora da Ajuda, que serviu para mobilizar as pessoas para diversos objectivos. A recuperação do moinho, a construção da nova igreja, a recuperação do coreto, o novo telhado do pavilhão foram projectos que uniram a população. Neste período de tempo a festa cresceu muito, sempre no Largo de São Marcos que também ele muito mudou até sofrer a requalificação que o tornou num local a que ninguém fica indiferente.

Referencio uma outra riqueza: o conjunto de equipamentos de serviço publico propriedade das instituições locais, ao contrário de muitas localidades pelo país onde são municipais, nas Gaeiras são propriedade das Associações locais, construidos com muita mão de obra voluntária, com os proveitos de festas como já referi e também com financiamento publico.

Naturalmente que o ultimo ano nos colocou a todos à prova, acredito que seja um intervalo que terminará em breve e que muitos e novos projectos vão continuar a mudar para melhor a Vila de Gaeiras”

Nuno Rocha   (membro da assembleia de freguesia em 2001)

 

Nesse dia 19 de Abril, e após ter sido votada em Lisboa na Assembleia da Republica a elevação a Vila, as Gaeiras, em festa, formalizam o acontecimento numa sessão publica na sede da Sociedade Filarmónica e Recreativa Gaeirense (SFRG)

 

Diamantino Ferreira (Presidente da Junta das Gaeiras); Frederico Pinto Basto Lupi; José Pereira Júnior (Presidente da Câmara).

 

Da esquerda para a direita: José Santos (J.F.); José Pacheco (A.F); Diamantino Ferreira (Pres. da Junta);João Augusto (J.F.); Cristina Faustino (A.F.); Nuno Rocha (A.F.); Luís do Coito (A.F.); José Vieira (A.F.); António Clemente (A.F.); João Cascão (A.F.)

João Cascão; José Filipe; Telmo Faria; Maria Helena; Francisco Rato; Fernando Jorge.

fotos do Arquivo da Junta de Freguesia das Gaeiras.

A Lei 52/2001, Diário da Republica de 12 de Julho desse mesmo ano.